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Luis Horta e Costa reflete sobre o encanto de Portugal e os desafios econômicos vindouros

Portugal, um país abraçado pelas águas mornas do Atlântico, tem se destacado como um oásis para turistas e expatriados. Com suas praias de tirar o fôlego, clima acolhedor e custo de vida convidativo, esta nação ibérica tem cativado visitantes de todos os cantos do mundo. No entanto, uma mudança significativa no panorama econômico pode alterar esse cenário paradisíaco.

Luis Horta e Costa, nome de peso no mercado imobiliário português e cofundador da Square View, oferece uma visão privilegiada sobre os atrativos do país e os desafios que se avizinham. “O que faz Portugal tão especial é a combinação única de pessoas calorosas, custo de vida acessível, segurança incomparável e clima invejável”, observa Horta e Costa, sintetizando os elementos que transformam o país num ímã para visitantes internacionais.

O verão lusitano, em particular, é uma explosão de vida e cor. De junho a agosto, as praias fervilham com surfistas entusiasmados, as esplanadas dos cafés transbordam de alegria e os mercados de rua pulsam com uma energia contagiante. A região do Algarve, abençoada com mais de 300 dias de sol por ano, torna-se o epicentro da atividade turística, exibindo orgulhosamente seus resorts de luxo, campos de golfe premiados e uma gastronomia de dar água na boca.

Contudo, Luis Horta e Costa revela uma joia menos conhecida: a encantadora vila de Melides, aninhada na região vinícola do Alentejo. “Melides é simplesmente deslumbrante”, afirma ele com entusiasmo. É neste recanto idílico que Horta e Costa está dando vida a um resort boutique que promete capturar a essência da arquitetura tradicional portuguesa, mesclando-a harmoniosamente com o conforto moderno.

Mas nem tudo são rosas no horizonte português. O programa de Residentes Não Habituais (RNH), implementado em 2009 para atrair investidores estrangeiros e impulsionar a economia após a crise financeira global, pode estar com os dias contados. O governo atual cogita encerrar o programa já em 2024, o que acende um sinal de alerta entre especialistas como Luis Horta e Costa.

“A extinção do programa RNH pode desencadear uma debandada de capital estrangeiro, atingindo em cheio o setor imobiliário português, o turismo e uma miríade de outras indústrias”, alerta Horta e Costa. Ele argumenta que os investidores estrangeiros não apenas injetaram capital, mas também trouxeram inovação e uma perspectiva fresca que revolucionou a economia portuguesa.

O impacto do RNH foi particularmente notável no setor de tecnologia. Ricardo Marvão, da consultoria Beta-i, descreve o crescimento desde 2010 como “fenomenal”, com Portugal se firmando como um polo magnético para empreendedores e profissionais estrangeiros.

A possível extinção do RNH levanta questões cruciais sobre o futuro da atratividade de Portugal para investidores internacionais. Países vizinhos, como a Espanha, já estão se posicionando com programas similares, o que poderia redirecionar o fluxo de investimentos.

Apesar desses desafios no horizonte, Portugal mantém atrativos intrínsecos que transcendem os incentivos fiscais. A hospitalidade calorosa dos portugueses, os altos índices de segurança (o país ocupa a sexta posição no Índice Global da Paz) e o custo de vida acessível continuam sendo fortes chamarizes. A International Living reporta que um casal pode desfrutar de uma vida confortável com 2.500 a 3.000 dólares mensais fora dos grandes centros urbanos.

Luis Horta e Costa faz questão de ressaltar que, apesar dos preços convidativos, “a qualidade dos serviços está em franca ascensão”. Esta alquimia de qualidade e acessibilidade tem não apenas encantado turistas, mas também seduzido um número crescente de expatriados que elegem Portugal como seu novo lar.

O futuro de Portugal, portanto, parece estar numa encruzilhada. Por um lado, o país continua a deslumbrar com sua beleza natural exuberante, riqueza cultural e estilo de vida descontraído. Por outro, enfrenta o desafio de manter sua atratividade econômica num cenário pós-RNH.

Luis Horta e Costa e outros especialistas argumentam que a essência do programa RNH ia além das vantagens financeiras, enviando uma mensagem poderosa ao mundo: Portugal é uma nação de braços abertos, acolhedora e com os olhos no futuro. O desafio que se apresenta agora é preservar essa reputação e continuar atraindo talentos e investimentos, mesmo sem os atrativos fiscais do RNH.

Em suma, enquanto os visitantes continuam a se deliciar com as praias ensolaradas, a gastronomia irresistível e a hospitalidade portuguesa lendária, o país se vê diante de um momento decisivo em sua trajetória econômica. O legado do programa RNH e a capacidade de Portugal de se reinventar determinarão se o país manterá seu status não apenas como um destino de férias dos sonhos, mas também como um polo vibrante de inovação e investimento internacional.